domingo, 5 de dezembro de 2010

“AI-5: O Golpe dentro do Golpe”


No livro 1968: O ano que não terminou, Zuenir Ventura faz uma reconstrução de um dos anos mais contraditórios e fascinantes da história. De uma maneira íntima, o autor, que foi testemunha dos fatos, nos revela profundamente os principais acontecimentos daquele ano em seu romance de não ficção.
No país, após a concentração do poder cair nas mãos do general Artur da Costa e Silva, a classe desfavorecida com a ditadura resolveu agir através de manifestações e protestos. 1968 foi o grande ano de contestação, sobretudo dos jovens, que acreditavam que aquele era o tempo de mudar.
Após a adesão do movimento de revolta por milhares de pessoas (destaque para a Passeata dos Cem Mil em 26/06/1968) o governo se sentiu acuado e começou a atacar matando muitas pessoas, o que aumentou ainda mais o sentimento de revolta da população.
Em meio à luta população X governo, Costa e Silva decretou o Ato Institucional nº5 (AI-5), uma espécie de lei que dava poderes totais ao general presidente para: Fechar o Congresso Nacional por tempo indeterminado, suspender os direitos políticos e suspender garantias legais.
O AI-5 foi uma espécie de golpe dentro do golpe, porque a ditadura que começou em 1964 se tornou mais rigorosa ainda em 1968 (nenhuma espécie de oposição seria tolerada). Os movimentos revoltosos se extinguiram, porque ninguém estava disposto a ser baleado.
Zuenir Ventura nos convidou a um passeio pela história “nua” e “crua”, sem máscaras, e com sua experiência dos fatos, nos mostrou o quanto era difícil qualquer liberdade de expressão em meio à ditadura, e também a importância de lutar. O AI-5 foi um decreto severo que pretendeu calar a voz de todo aquele que a levantasse contra o general. Mas após um período ruim, esse ato não pode sufocar o desejo de liberdade do povo brasileiro.



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